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quarta-feira, dezembro 10, 2003

Uma questão de consciência esclarecida IV

Meu querido Emigrante,
Publicamente apresento as minhas desculpas pelo errado julgamento que fiz das suas palavras de apoio incondicional ao Amor, à Paixão e à Poesia. Não as entendi como tal e, na pressa tempestuosa de uma resposta que me é característica (podeis chamar-me de bruta, mas não mais do que uma vez), sinto que o melindrei.
Como prova do meu apreço e na expectativa de indulto, deixo-lhe um poema:

Fumo
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

(Florbela Espanca)

Beijos embrulhados em poesia
A Princesa
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